segunda-feira, 30 de junho de 2014

auto retrato


Os homens jamais conseguirão derrubar um edifício que não chegou a ser construído.

Gonçalo M. Tavares in "Aprender a rezar na era da técnica"

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Pushkar, India


Somos olhados com a mesma curiosidade com que olhamos... Somos tão estranhos a eles como eles a nós... Isso torna-nos iguais... Ao olhar os seus olhos vemos o nosso olhar... Como num espelho.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Minas do Pintor... Monsters, Giants, Faeries, and Me


Monsters, Giants, Faeries, and Me

In a place,
Known as 'Far and wee'
There lived monsters, giants, fairies and me.

Where the grass is truly green,
And the sky, truly blue,
The creatures there are far too keen.

Trees have pink leaves,
Glowing neon vines,
White flags fly among the lines.

A place of no war,
No hell,
Just haven,
In this place, not a creature is craven.

The air there smells of life,
Not of smoke, filth and strife.

Then again,
Every now and then,
The monsters come by night and day
And steal some of the goodness here away.
© Alannah Buchanan

domingo, 22 de junho de 2014

Praia da Luz


Muito longe daqui, nem eu sei quando,
Nem onde era esse mundo em que eu vivia...
Mas tão longe... que até dizer podia
Que enquanto lá andei, andei sonhando...
(...)

Antero de Quental in "No circo"

domingo, 15 de junho de 2014

Mercado, Hanói, Vietname



A alegria gasta-se como as velas acesas, e apaga-se.

Afonso Cruz in "Jesus Cristo bebia cerveja"

domingo, 8 de junho de 2014

Céu


"Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu."

José Luís Peixoto in "Nenhum Olhar"

sábado, 7 de junho de 2014

Indochina


As cidades produzem homens ferozes, porque produzem homens corruptos. A montanha, o mar, a floresta, produzem homens selvagens; desenvolvem a parte feroz, porém muitas vezes sem destruir a parte humana.

Victor Hugo in "Os Miseráveis"

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Berna - "Surrealismo"


EXAGEROS

O Alfredo atirou o jornal ao chão, irritadíssimo, e virou-se para mim:
- Estes jornalistas! Passam a vida a inventar coisas, é o que te digo. Então não afirmam que, no Sardoal, foi encontrado um frango com três pernas! Vê lá tu! É preciso ter descaramento.
Ajeitou-se melhor no sofá e, realmente indignado, coçou a tromba com a pata do meio.

Mário Henrique Leiria in "Novos Contos do Gin"

Hanói, Vietname


Onde há velocipedes... Há capacetes...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Istambul


À medida que anoitece a música e cantoria local vai-se intensificando com cada grupo desafiando e tentando suplantar o vizinho, e com isso atrair mais clientela, sendo esta animação um misto de índole natural dos músicos com um artificialismo “caça turistas” que todos parecem aceitar. As luzes coloridas em cascata contribuem para o ambiente festivo com um toque kitsch pitoresco. A música lembra um filme do Kusturica…

Ao lado dos músicos, na mesma mesa, as mulheres que com eles cantam vão fumando narguilé numa pose que parece demasiado estudada para ser natural. À medida que a noite avança aumenta a animação dos músicos e a languidez das acompanhantes…

Luís Veloso

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Fatehpur Sikri, Uttar Pradesh, Índia


A importância da terra onde plantas aquilo
que será o teu alimento principal: a tua casa.
Onde morar?, eis a escolha essencial.
Não deves fazer casa por cima de uma terra
onde não tenhas caído. No centro da tua queda
se erguerá a tua tranquilidade.
E no centro da tua casa, as escadas
por onde sobes. Um, dois.

Gonçalo M Tavares in "Uma Viagem à Índia" Canto V, 16

domingo, 1 de junho de 2014

Doce Seul...


O  Kkul Tarae é um doce tradicional dos tempos da monarquia coreana, feito de mel, malte e recheio de amêndoas ou nozes, que antigamente era oferecido pelo Rei aos seus convidados mais importantes.  Produzido artesanalmente com 16,000 fios dessa mistura de mel e malte, simboliza o desejo de longevidade, saúde, boa fortuna e realização.
A preparação do doce na área da rua Insadong é divertida e atrai a multidão de pessoas que passeia por lá.  Coreanos vestidos de branco transformam um pedaço duro dessa massa de mel e malte, que parece uma pedra, em fios brancos delicadíssimos (os tais 16,000 fios), que depois são envoltos em uma mistura de amêndoas ou nozes.  Durante o processo, vão cantando (meio em inglês, meio em coreano) uma música que conta a história do docinho e dizem piadinhas que divertem os curiosos que ficam fascinados com a habilidade e bom humor dos “chefs”.  Impossível não querer experimentar um depois de pronto!
Imagem: Luís Veloso; Texto adaptado de: http://www.estilohyatt.com.br/